Aproxime-se o obecto do olho humano. Aproxime-se tão perto que mais não pode ser. A visão inicialmente lúcida passa para o gigante, até que este se desfoca em proximidade. O olho não permite ver o objecto quando este se encontra demasiado perto. Como poderá então ver a alma cuja distância é nula perante o olho? Através do espelho. Mas o que é o espelho? Não é mais do que os tantos semelhantes que nos circundam e cuja matéria é a mesma, esquematizada no raciocinio por lógicas próprias.
Estar atento ao outro é estar atento a mim mesmo. Eu diria que é a única forma de ver quem sou, através dos outros. É reconhcer-me em ti. Feito isto, de que te posso eu culpar, que não encontre eu a tua culpa em mim? Que elogio te farei que não me tenha já elogiado a mim? Já agora, diz-me tu, espelho meu, haverá alguém mais eu do que eu?
Imagem: Mulher frente ao espelho – Pablo Picasso
Sem comentários:
Enviar um comentário