01 dezembro 2009

NADA resiste a TUDO.

O meu corpo envelhece, as rugas aumentam, as cicatrizes que não se vêm também. Tudo anda. Tudo muda, tudo permanece à erosão da areia transportada no vento dos segundos que passam. Tudo.

"Quando te apaixonares. Vais ver... a paixão resiste a tudo." Apaixonei-me. Deixei-me levar no rio sem querer pensar. Encharquei-me, bebi da nossa água. Quando dei por mim nadava sozinho. Quem eu mais queria tinha ficado na margem. Quem eu mais queria agora olhava-me em pranto. Quem eu mais queria fugia agora para a "segurança" do bosque. Percebi que a nossa paixão não resistia ao medo.

"Isso é porque não tens fé. A fé resiste a tudo." Atingi a margem, estendi-lhe a mão e assim adormeci. Toda a fé que tinha coloquei no meu braço, na minha mão. O sol enxugou a chuva e a chuva matou a sede ao sol. Não podendo correr atrás de quem me foge tive de seguir o meu caminho. Percebi que a fé não resistia ao tempo.

"Isso é porque não amas. O amor resiste a tudo." Amor foi o ar livre da montanha que nos respirou. Amor foi o primeiro calor que sentimos nos nossos lábios que se tocaram por vontade. Amor foi o nosso rosto de cada vez que os nossos corpos se fundiram em actividade. Amor foi... Amor é... esta recordação que tenho.

Sim, o amor resiste a tudo ENQUANTO o mEU amor EXISTIR.

Imagem: BBC Planet Earth - Deserts - Egypt's white desert

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