11 dezembro 2008

Who am I, ou quem sou eu?

Por mera curiosidade, ou não, acabo por chegar sempre a uma questão teima em não se desprender da razão. Quem sou eu? Olhando seriamente ao espelho, ao espelho social também, pergunto-me quem sou eu? Dispo-me, de preconceitos também e... Quem sou eu? E é despido, nu de tudo e vestido de mim que encontro... Quem sou eu? Eu sou este corpo, estas mãos que escrevem. Tenho uma história, o meu passado, guardado em memória, que se projecta presentemente num futuro. Eu não sou o que quero ser, sendo que o que eu quero ser não é mais que uma ideia criada pelo passado de onde vim e eu não sou só ideias. Veja-se isto, observe-se.  Um corpo que tem, conta, uma história, que sente presentemente e deseja um futuro em segurança. Só isso. Não há espelho que mostre mais, que permita ver qualquer transcendência, qualquer missão ou sentido de vida. E é este ser, em conflito pelo facto do desejo do futuro em segurança se confrontar no presente com a realidade, gerando o conflito, que escreve neste momento. Mas será este conflito só meu? Será que amanhã o meu dia vai correr bem? Será que o meu patrão estará bem disposto? Será que amanhã... Isto é conflito. Sinta-se o conflito. A insegurança é conflito e o conflito deseja a sua resolução e... É o conflito do presente... que provoca a projecção da solução no futuro... e cuja decisão traça um caminho... que será passado após percorrido... que fará parte da minha história e que fará com que a realidade do ser seja o presente, com uma história para contar num corpo que se vê ao espelho... e que pergunta... Quem sou eu?
Imagem: Auto-retrato – Pablo Picasso

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